Imagem capa - A fotografia documental e porque ela me encanta por Jac Oliveira
Documental

A fotografia documental e porque ela me encanta

Lembro que quando comecei a falar sobre isso com a Jordana, ela estranhou um pouco no começo. Ela já me conhece, eu fotografei o primeiro aninho da Isabela em 2016. Ela queria fazer um ensaio da família, já que em 2017 optaram por não fazer festa, e eu lancei essa ideia do registro documental. Mandei referências, expliquei, mostrei fotos. Mesmo assim, precisou de um tempo para a ideia amadurecer dentro deles :-)


Já faz um tempo que eu ensaio a fotografia documental, porque em todos os meus trabalhos eu tento colocar essa pitada de foto não dirigida. A espontaneidade das pessoas e dos momentos me encanta verdadeiramente e me instiga. Quando alguém posa para a minha lente, esse alguém vai ter uma expectativa sobre aquele clique. Como quando alguns convidados ficam pedindo para ver a foto logo após o clique com os noivos ou com o formando. A pessoa posou então é natural que fique se perguntando se saiu bem, se não fez careta, etc. Isso não acontece com a fotografia espontânea, que é feita quando você não está atento, nem posando. E a fotografia documental capta essa espontaneidade, essa naturalidade. E assim, a surpresa e a marca que essa foto vai deixar, podem ser bem maiores!


Para você entender um pouco mais, vou usar uma frase do site do Renato DPaula, um fotógrafo paulista que eu admiro e que é uma das referências mais fortes em fotografia documental de família no Brasil:



Diferente do ensaio de família dirigido, o conceito da fotografia de família documental é vocês serem fotografados sem poses, um dia todo. Um Dia na Vida da sua família, documentando tudo, seja na hora de preparar e tomar o café da manhã juntos, ler um livro com os filhos, brincar, ir ao mercado fazer compras, preparar o almoço, enfim, aquilo que a sua família é e faz no dia a dia.
Eu trouxe para minha fotografia de família aquilo que já existia na minha fotografia de casamento, uma fotografia documental cheia de emoção e simplicidade que resgatará para as famílias momentos importantes da vida delas.
Mais do que fotos como um catálogo de moda, eu quero olhar pra trás e ver fotos que retratem 
quem nós éramos de verdade.



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Ficou um pouco mais claro?


É óbvio e compreensível que algumas pessoas estarão mais abertas a isso do que outras. Nem todas vão querer acordar com a cara amassada e eu do lado clicando desde cedo... nem todas ficarão confortáveis comigo junto enquanto as compras são feitas e aquelas tretas acontecem com as crianças no supermercado (a gente sabe que acontece, né!)... :-) E tudo bem. Vou continuar fazendo meus ensaios como já fiz até hoje, mas o documental vai ganhar cada vez mais espaço em meu trabalho! 


Nos acompanhamentos de bebês que faço, sempre tento registrar momentos genuínos, sem poses. Geralmente são esses que os pais mais gostam e, tenho certeza, serão os que os filhos também vão gostar mais quando forem adultos. Porque são estes registros que mostram como eram aqueles dias, aqueles primeiros dias e meses de vida da criança. Mas, ainda assim são dias para os quais os pais e toda a família se prepara: o dia das fotos. No documental a ideia é relaxar desse compromisso. Em menor ou maior grau :-)


As fotos na casa da Jordana, Isabela e Ricardo, foram um ensaio do que será o meu projeto Nossos Dias. Passei algumas horas com eles e acho que hoje a Jordana entende porque uma boa sessão documental precisa de muitas horas, principalmente quando há crianças. Elas levam um pouco de tempo, às vezes, para acostumar conosco e para se soltar. Mesmo assim, gostamos muito do resultado. Fiquei feliz sabendo que essas imagens vão acompanhar a família por muitos anos. É bom demais dar aos outros - com o meu trabalho - a oportunidade de ter lembranças que eu não pude ter.  


Sem mais delongas, deixo aqui o clipe que traz um compilado das fotos e no portfólio elas podem ser vistas bem lindonas e grandes ;) Me diz o que você achou? Ficou a fim de fazer uma sessão dessas? Me escreve!